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Foto do escritorRicardo Rama

A PRIMEIRA SESSÃO DE CINEMA


| Roberto Carlos à 300 km Por Hora |

Era um sábado ou domingo qualquer de 1972, sem saber exatamente o que aconteceria naquele dia, lá fomos nós, eu, meu irmão e dona Mira, minha mãe, de mãos dadas caminhando pela praça Saens Peña para a minha primeira sessão de cinema, no Metro (lê-se métro) Tijuca, um cinema imponente de frente pra praça, que esteve aberto de 1941 a 1977 e virou uma loja de departamentos, haviam outros por ali, o Metro Tijuca, o Cine Tijuca Palace (1967 a 1992); o Carioca (1941 a 2000); o América (1918 a 1997) e tantos outros naquela área. Espaços culturais maravilhosos que não resistiram às igrejas evangélicas e a violência de uma cidade sitiada, onde ir ao cinema em shoppings ainda é uma forma segura de curtir a salinha escura. Mas isso é assunto para outro dia.


Voltando àquele DIA, pipocas e balas na entrada e lá fomos nós, tudo era novidade e eu estava encantado com tudo, o filme era Roberto Carlos a 300km por Hora, minha mãe é fã ardorosa do Rei até hoje, não tinha como ser outro filme, atravessamos a ante sala, passamos por aquela cortina vermelha e de repente aquela sala escura – sério, eu nunca vou esquecer aquela sensação, aquela tela gigante e brilhante, entramos e o filme estava começando, ainda nos créditos iniciais RC dirigindo em alta velocidade enquanto Erasmo cronometrava o tempo dele, aquilo foi incrível, aquela cena nunca mais saiu da minha mente, é como se estivesse presa em minhas retinas até hoje.

Um ótimo filme, que tem um pouco de tudo: romance, aventura e comédia, dirigido por Roberto Farias, que já havia dirigido os outros dois filmes de RC, Em Ritmo de Aventura e Diamante Cor de Rosa. Na trilha sonora, algumas de RC e EC, entre elas a pujante “Todos Estão Surdos”(OUVIR) e a linda e melancólica canção “De Tanto Amor” (OUVIR) que com certeza deve ter arrancado lágrimas de dona Mira, não lembro… mas deve ter sido assim.


Aquele filme marcou minha vida, por ser belo, por ter a bela Libânia Almeida falar a minha língua e claro, por ser o primeiro. Obrigado dona Mira por me apresentar o lugar onde me acho, onde viajo e onde é minha vida.




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